terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tenho pouco...


Não queria pedir mais do que você tinha,
assim como eu não daria mais do que dispunha,

por limitação humana.
Mas o que tinha, era seu.

(Caio F.)


Eu não tenho muito. Ainda não tenho emprego. Não tenho um cantinho só meu. Não tenho passagens pra um lugar paradisíco que gostaria de conhecer com você. Não tenho tempo livre de sobra. Não sei uma porção de coisas. Não entendo outro tanto... Sei quase nada! Tenho pouco.
Mas eu tenho um coração e um amor imenso dentro dele, que é só teu. Se quiseres, serão teus para todo o sempre. Quer?

[Vanessa Moreira]

Agradeça


Hoje me deu vontade de agradecer à vida. Hoje percebi que devo agradecer todos os dias pelo sorriso sincero, o abraço apertado, o beijo de boa noite, o sermão escutado. É que hoje me deu vontade, involuntária/natural, de amar. Uma certa pressa de ser feliz e não perder um minuto se quer. Hoje eu amo, ontém eu amei. E o mais incrível é que vou amar amanhã."

[Arthur Gouveia]

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Das minhas verdades...


Eu sei fazer cara de "bons-amigos", mas àss vezes eu faço é cara de nojo mesmo e boto pra fora tudo o que jogaram em cima de mim antes. Não gosto de levar desaforo pra casa. Por ser assim, durante muito tempo, achei que por mais que eu me esforçasse, eu nunca seria capaz de achar alguém que agüentasse a minha presença porque eu sou chata, briguenta... Até que você chegou de repente com o seu jeito, sorrindo e fechando os olhos ao mesmo tempo... O seu jeito me completou de uma forma que eu não consigo descrever, só sentir.
Me fez parar de andar nas pontas do pés e me mostrou que andar de pé inteiro, no chão, no barro é bem mais interessante. O tempo vai passando, mudando rápido e a felicidade não poderia ser mais real e presente. É bonito ver que mesmo com nossas tantas diferenças... o amor nos uniu.

[Vanessa Moreira]

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O silêncio que perturba


O único silêncio que perturba, é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há e-mails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem.

[Martha Medeiros]

sábado, 7 de agosto de 2010

Hoje sei que não vivo sem ti


Engraçado como, inconscientemente, o coração, a mente ou sei lá o quê, tenta suprir a vontade quando esta não pode ser saciada. Hoje é tão cômico lembrar do que aconteceu. De como eu me esforçava tanto pra acreditar que a falta que eu sentia das conversas eram apenas buracos que podiam ser preenchidos com rápidos diálogos com conhecidos de conhecidos de conhecidos... Ou com qualquer troca de olhares na hora certa e não necessariamente com a pessoa certa.
Mas eu confesso que, por vezes, fui covarde. Guardei o que sentia por medo. Medo de perder uma amizade bonita, ou o que restava dela. Eu me fazia de insensível e inabalável, fingia que teus olhos eram só mais um par de olhos pretos e que teu sorriso era só mais um sorriso... Mas todas as vezes que eu arranjava um motivo (por menor que fosse), eu te ligava. Quando me faltava um sorriso, eu sentava do teu lado. Quando eu pensava num cara bacana, com quem valeria a pena dividir sorrisos e abraços, medos e certezas, perdas e vitórias era em ti que eu pensava. Mas sabe qual a verdade? Eu fiz de tudo pra acreditar que você não era o homem da minha vida.
Eu não tive coragem de assumir pra mim, que já te amava ali naquela manhã de sol, na praia, abraçada à tua cintura, com um aperto imenso em ver o que via e arrependida por eu mesma ter causado aquilo. Mas agora é risada e eu sei. Porque depois de tantos motivos, não há nada mais justo que a felicidade simples. O que me importa são os momentos felizes que estão por vir. O que me importa é o presente, é te fazer feliz... O que me importa é viver ao teu lado. E desejo que a cada dia emaranhemo-nos ainda mais no que nos une. Que conversemos com nossas bocas grudadas e nossos olhos aprendam cada vez mais a falar uns com os outros.
Eu podia ter continuado por aí, esperando e recebendo ligações cheias de segundas intenções que culminariam em noites pela cidade, beijos vazios e dariam em nada. Podia ter andado pra longe, pra não enxergar você em cada parada minha, cada vez que a razão me mostrava o que eu sentia por você. Poderia ter continuado com a vida mesquinha que eu levava, pra não pensar, pra não sentir, pra não sofrer. Eu podia ter sido covarde por mais três anos, e mais três, e mais três, pra sempre. Mas a tua coragem me sacudiu pelos ombros, abriu melhos olhos e me fez enxergar o que eu tanto quis esconder: a paz e a calmaria, a felicidade, o amor e a escolha certa e estavam guardadas, pra mim, em você.
Eu que senti tanto medo em perder o meu melhor amigo, hoje sei que não vivo sem ti.

[Vanessa Moreira]


PS.I: Meu coração pula de alegria quando, às vesperas dos dias 8, tu me perguntas fazendo mãnha se eu sei quantos anos e meses fazemos.
PS.II: Eu te amo em cada pequena coisa, que pra mim são grandes.

E nisso, sim, acredito até o fim.


Tentaram me fazer acreditar que o amor não existe e que sonhos estão fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço.

[Caio Fernando Abreu]

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Nada? Nada!


Geralmente, quando uma pessoa exclama "Estou tão feliz!", é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
(...)
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo?
Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso.

[Martha Medeiros]

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Gabriel Garcia Márquez, em Cem Anos de Solidão


- Droga! - gritou.
Amaranta, que começava a colocar a roupa no báu, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião.
- Onde está? - perguntou alarmada.
- O quê?
- O animal! - esclareceu Amaranta.
Ursula pôs o dedo no coração.
- Aqui - disse.

[Gabriel Garcia Márquez]