segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sobre o dia que não terminou


Eu queria ter tido tempo...
Quem sabe eu possa ter uma boa oportunidade novamente, muito embora eu saiba que o momento - único, ímpar - esse não volta. Quem sabe um dia os dias voltem, ou não.
Tempo, tempo mano velho ♪, por que te culpo tanto? Intangível, inelástico, abstrato tu és. Mas insisto em te jogar a culpa, em te julgar réu. Te culpo pelas minhas escolhas, pelos meus afazeres... Te culpo por uma porção de coisas que não são tua culpa.
Mas essa madrugada foste tu, companheiro, quem me abriu os olhos. E lamento não ter te ouvido antes. Disseste com tua voz pesada e com a mão sobre os meus olhos que domingo à noite não é hora de estudar, que as primeiras horas da segunda feira deveriam ser inconscientes - no aconhego da cama, num sonho bom - e não na frente de um computador pesquisando, lendo, decorando e aprendendo pouco sobre diuréticos osmóticos. E nas vezes que fechei os olhos, mano velho, tu me acordaste pra lembrar que ainda faltava muito... Que não era hora de descansar!
Contudo, digo que o dia não teve fim não pela minha noite em claro, não pelas horas não dormidas... Mas pelo que faltou ser dito ontem à noite. Those sweet words...



[Vanessa Moreira]

PS: Posso dizê-las hoje depois de termos a conversa que deveria ter acontecido ontem?

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