segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ela não quer saber…


Lá pelas tantas da madrugada, depois de pensar e repensar no escuro do quarto da casa da melhor amiga, de tecer os prós e os contras, de engolir a seco e desejar não passar por aquilo nunca mais, ela, enfim, decidiu. Decidiu seguir sozinha. O estopim: uma mentira. Ou como alguém preferiu: a “surpresa”. Nada agradável por sinal.
Quantas vezes mais teria mentido? Ela ainda o conhecia? O que ela sentia era tristeza, desprezo, nojo, raiva, desgosto, aversão, repulsa. Tudo devidamente acomodado dentro do lugar onde antes havia uma porção de sentimentos legais. Mas ela em momento algum se arrependeu da decisão que tomara horas atrás, o “nunca mais” dito por ela parecia ter saído a pouco de seus lábios. E tinha plena convicção de que se o momento se repetisse, ela o diria novamente. Mais do que as três vezes de antes, pra não restar dúvida alguma.

Ela não quer saber
Ela não quer lembrar mais de você

(Lua Nova – Polar)


Resolveu se desfazer daquilo que pudesse lhe fazer lembrar. Apagou, durante a madrugada, as mensagens, fotos e números (mesmo sabendo que estes últimos ainda demorariam um certo tempo para serem esquecidos). A faxina foi iniciada de dentro pra fora, do coração pra rua. Exatamente o mesmo sentido que ele havia tomado pra si.
Ela não quis voltar atrás, em momento algum cogitou a idéia reatar. Não se arrependeu do que fez, nem da maneira como agiu logo após (não havia porquê, ela já não estava mais presa). Os quinze minutos subseqüentes ao fim, foram estranhos e intensos. Cabeça quente, conversas com a amiga ao pé do ouvido, som extremamente alto, conselhos, convicção. Sorriu pro lado e fez o que teve vontade. Já não devia explicações a ninguém e por isso se aventurou. Sem culpa, sem preocupação, sem remorso.
E lembrando do que havia acontecido naquela noite, no quarto da melhor amiga, sentiu-se forte. Ficou orgulhosa em ter tomado a decisão certa. E ao amanhecer do dia, respirou fundo e se sentiu renovada. Pronta pra começar…

Ela abriu a janela pra ver o sol sair no céu
(Lua Nova – Polar)

Decidiu deixar um caminho que achava ser seguro e se aventurar sozinha por outros caminhos… Quantos? Ninguém sabia, nem mesmo ela. Um dia num futuro, próximo ou distante, ela acharia o caminho certo.

[Vanessa Moreira]


PS.I: Dizem que as mulheres se tornam amigas porque compartilham experiências, porque, em alguma fase da vida, uma já viveu o problema da outra. E aí, então, é que se criam os laços.
PS.II: E aquela máxima que afirma que “Decepção não mata, ensina a viver!” é a mais pura verdade.

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